Jogador do Confiança anotou “gol que Pelé não fez” no empate em 3 a 3 diante do Botafogo-PB, no último minuto, pela Série C
Autor de um golaço do meio de campo na saída de bola, digno de Prêmio Puskás, o volante André Lima, do Confiança, concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (16) no CT do clube, em Aracaju. Ao falar do feito, que decretou o empate em 3 a 3 contra o Botafogo-PB nos minutos finais, o jogador revelou que lembrou os tempos de infância, na favela, para arriscar o chute e anotar a pintura pela 13ª rodada da Série C, no último sábado.
“É normal quando nós tomamos um gol, ainda mais no final do jogo, que todo mundo sinta a pancada que foi o gol. E, cara, eu só vim andando, caminhando para o meio, já para a saída de bola, e eu vi o goleiro fora da meia-lua, fora da área dele. Então, como um bom moleque de favela, que jogou muito na rua, eu brincava muito de artilheiro, de rebatida, um monte de brincadeira que tem assim, e a primeira coisa que eu pensei foi chutar. Fui muito feliz, graças a Deus ele pôde me abençoar e pude sair com essa pintura”, contou o volante de 24 anos, nascido e criado no Jardim São Luiz, no Capão Redondo, periferia de São Paulo.
O gol marcado por André viralizou nas redes sociais como o famoso ‘gol que Pelé não fez”. Para ele, sem dúvida, um momento inesquecível: “Foi o gol que eu vou levar para a vida toda. Vou contar para os meus filhos, para os meus netos. Enfim, é um gol que realmente poucos atletas têm na carreira. Não estou me engrandecendo, mas se você for ver lá em cima, os extraclasse, o Messi, o Cristiano Ronaldo, quem tem um gol assim? Então é um gol para realmente se orgulhar. De se orgulhar e contar para a vida toda”.
O golaço (terceiro gol do meio-campista nesta Série C e quarto na temporada), no entanto, consta na súmula como gol contra do goleiro adversário, conforme relata o árbitro Antônio Dib Moraes de Souza (PI) – a bola bate no travessão e no goleiro antes de entrar. O Confiança, por sua vez, entrou com uma representação na CBF para reverter a autoria. Questionado a respeito, o volante demonstrou serenidade, mas reiterou que ficaria honrado em ter o gol creditado em seu nome.
“Eu vejo de uma forma muito tranquila. Eu sou um menino de uma cabeça muito boa, de um coração bom. Acredito que ele errou, mas não me interfere muito. Se ele realmente desse (o gol) para mim, claro que eu ia ficar muito feliz, foi um golaço. Mas a gente conseguiu sair com um ponto contra a equipe do Botafogo-PB. Eu não sou muito de deslumbrar, de encher de vaidade, sou bem tranquilo quanto a isso”, admitiu.
“Claro que eu quero que o gol seja meu, porque realmente é um gol que poucos jogadores na carreira têm. Mas se ele não der também, o mais importante foi um ponto conquistado lá (na Paraíba). Eu não me deslumbro, eu sou bem tranquilo com isso, 100%”, completou André Lima.
Confira outros principais pontos da entrevista coletiva do volante André Lima:
- Comemoração:
“Não criticando a outra comissão que estava aqui, porque realmente era uma comissão muito boa, qualificada, infelizmente as coisas não deram certo. Mas desde que o Mazola chegou aqui, ele tem unido muito o grupo, ele é muito bom de elenco e nosso grupo vem se fechando cada dia mais. E quando eu fiz aquele gol, realmente já era para a gente estar na frente no placar, com o gol legítimo, que o juiz errou e não deu. Então, o momento foi de euforia e de ‘cara, eu vou comemorar com meus amigos, quem está sofrendo comigo no dia a dia, na semana’. A primeira coisa que eu pensei foi abraçar o grupo, porque tanto quem está jogando quanto quem está lá fora, é todo mundo o mesmo grupo. Eu quis comemorar com quem está comigo”.
- Próximos dois jogos em casa e futuro na Série C:
“A Série C é muito clara, né? A gente tem que pontuar em casa e, fora, a gente tem que buscar um ponto, no mínimo. No mínimo voltar com um ponto. É bem claro. Quem quer subir ou quem quer brigar por algo na Série C, sabe que funciona assim. Fomos lá fora e conseguimos um ponto dificílimo contra uma equipe muito boa. Nesses próximos dois jogos em casa, a gente tem a obrigação de fazer seis pontos. No mínimo, no mínimo, fazer quatro pontos. Porque são duas equipes muito boas. A equipe do Ferroviário está abaixo na tabela, é uma equipe que a gente não pode deixar de pontuar. E o Volta Redonda também é uma equipe muito boa, que vai brigar por classificação, vai brigar por título. Então, a gente tem muito claro na nossa cabeça que fora é buscar um ponto, no mínimo, e em casa tem que pontuar sempre, fazer os três pontos, nosso dever. Para a gente não só brigar por sair da zona, porque isso é obrigação nossa, mas brigar por classificar, brigar por estar sempre lá em cima”.
- Momento goleador:
“Eu lembro da minha primeira entrevista que eu dei aqui. Eu fiz a minha base toda de camisa 10, de um meia, de um armador, e aí, subindo para o profissional, fui para a base do Internacional e então virei segundo volante. No Santa Cruz, no clube em que eu fui revelado, eu virei primeiro (volante). Eu vim aí de cinco anos como primeiro, eu já nem lembrava como era fazer um gol. Enfim, eu tenho muita confiança na minha qualidade técnica e em todo o grupo, e acredito que agora vocês estão vendo um pouquinho mais. Eu sou um cara bastante técnico. Eu tenho isso para mim, não é uma coisa que eu me engrandeço, mas é uma característica minha. Agora, com o Mazola, eu tenho uma liberdade maior de poder chegar no ataque e concluir a gol. Eu tenho uma finalização boa, sim. Não é das melhores, mas eu tenho uma finalização boa, tanto de esquerda quanto de direita. E aí com o Fábio marcando para mim, para ele, para o elenco todo, eu fico à vontade de poder sempre chegar no ataque e finalizar. E com a graça de Deus eu venho podendo ajudar a equipe com três gols na competição”.
- Gol mais bonito da carreira:
“Com certeza foi o gol mais bonito, de maior importância até o momento, tirando aquele pênalti na final (do Estadual, que deu o título ao Confiança). Foi o gol que eu vou levar para a vida toda. Vou contar para os meus filhos, para os meus netos. Enfim, é um gol que realmente poucos atletas têm na carreira. Não estou me agradecendo, mas se você for ver lá em cima, os extraclasse, o Messi, o Cristiano Ronaldo, quem tem um gol assim? Então é um gol de realmente se orgulhar. De se orgulhar e contar para a vida toda. Realmente esse gol, até o momento, é o gol mais bonito da minha carreira, e dificilmente eu acredito que eu vou fazer um mais bonito que esse”
- Importância do apoio da torcida:
“Temos bem claro na nossa cabeça que temos que vencer de qualquer forma esses dois próximos jogos em casa, com o apoio da nossa torcida. Cara, eu posso dizer com muita clareza que toda vez que vamos lá fora, agora mesmo contra a equipe do Botafogo, foi uma pressão danada. (O Confiança) é uma equipe que conta com uma torcida muito forte e em casa não pode ser diferente. A gente tem que chegar aqui e eles sentirem o peso também, do que é jogar contra o Confiança, do que é jogar contra a nossa torcida. Então eu aproveito e chamo todos para que estejam sábado agora, contra a equipe do Ferroviário, fazendo toda a pressão, empurrando a gente, cantando, vibrando, que eu tenho certeza que com o apoio deles vai ser muito mais fácil a gente conseguir pontuar e sair com os três pontos”
Rafael Alvarez
Assessoria de Imprensa – Think Ball & Sports Consulting