Torcida vibra com Felipe e sacaneia Iran na volta após o empate em Goiânia
Imagine, corintiano, se você viajasse para acompanhar seu time do coração e na volta tivesse o prazer de poder bater papo com Vampeta, "cornetar" Iran e tirar foto e pegar autógrafo do novo ídolo Felipe? Pois bem. Cerca de 70 corintianos tiveram essa sorte neste domingo. Eles pegaram o vôo do Timão, na volta de Goiânia para São Paulo, após o empate por 1 a 1 com o Goiás. O GLOBOESPORTE.COM estava no trajeto e conta curiosidades desse encontro entre jogadores e a Fiel torcida.
O elenco corintiano não precisou passar pela sala de embarque, já que o ônibus parou na pista e o grupo embarcou direto. Mas já puderam perceber que a viagem seria sem sono, já que os corintianos se espremiam no portão 1 do aeroporto de Santa Genoveva para pegar o vôo rumo a Congonhas.
Já dentro do avião, alguns não acreditavam que pegaram o mesmo vôo do time do coração. E o trânsito no corredor irritou as comissárias, que a todo momento pediam para os passageiros sentarem. Mesmo assim o vôo saiu no horário, 21h06m... E espalhados pelos assentos, torcedores sentavam do lado de jogadores, em um verdadeiro vôo da alegria. Confira algumas histórias do vôo:
Muda a camisa, Dentinho!
Bruno Bonfim, o Dentinho, usa a camisa 24. E teve que ouvir de vários torcedores que ele não pode vestir esse número. No jogo do bicho, 24 é o número do veado. O garoto passou a viagem de pouco mais de uma hora se explicando:
- Não, no ano que vem vai mudar. Foi o Carpegiani (Paulo César, ex-treinador, que lançou Dentinho) que escolheu. Mas em 2008 muda - diz Dentinho, que muitas vezes era confundido com Lulinha.
Vampeta, sentado logo atrás da revelação corintiana, se divertia com a timidez de Dentinho.
- Vai lá Dentinho, diz para os torcedores o que você falou deles para mim. Vai lá - brincava Vamp. O garoto sorria e ficava sem graça.
Iran vira o karatê-kid do Timão
De boné, Iran estava quietinho na poltrona até que alguém lembrou de perguntar onde estava o Iran, que cometeu o pênalti que Felipe defendeu. E o lateral teve que ouvir a gozação dos torcedores:
- Iran, você deu um golpe de caratê no cara do Goiás? Não pode - dizia um dos mais animados, três bancos à frente do lateral.
Outro passou a defender o ex-atleta da Ponte Preta, falando que um dia ele vai ainda jogar no Chelsea (ING). Foi a deixa para outro lembrar que Lulinha pode ir para o clube inglês. E aí sobrou para Dentinho, que estava por perto:
- Não vai para o Chelsea, Lulinha - disse o torcedor, antes de ser vaiado por ter confundido o jogador.
A proposta de Vampeta
O Velho Vamp engatou conversa animada com alguns torcedores. Falaram de assuntos diversos, como títulos em 98 e 99, detalhes daquelas partidas, o acidente de carro recente de Vampeta e no meio do bate-papo o volante deu uma sugestão:
- O clube tinha que pegar 1 real de cada torcedor. São R$ 30 milhões de torcedores, imagina o cara que dá para comprar com R$ 30 milhões. E tem torcedor que dá mais, porque pode, R$ 10 por exemplo. O Corinthians tem que usar essa marca - dizia, ganhando o aval de todos que o ouviam atentamente.
Mais empolgado, um deles lembrou do bate-boca via imprensa que Vampeta tem sempre com Souza, do São Paulo. E deu uma sugestão:
- Diz para ele que você é campeão do mundo. A conversa acaba por aí - avisava.
Felipe, o novo ídolo da Fiel
- Onde está o Felipe?.
Foi a frase mais ouvida durante o vôo, principalmente no início, quando ninguém descobriu que ele estava na fila 12. O pênalti defendido pelo jogador foi considerado "épico" por um, "histórico" por outro, "fantástico" pelo terceiro. Uns choraram na hora, outros pularam. E todos incomodaram Felipe durante todo o vôo: foto, autógrafo, perguntas. Ele tentava disfarçar brincando em um joguinho no celular:
- Não deu para dormir nesse vôo, não - dizia o goleiro.
Do fundo, os mais animados cantavam "Doutor, eu não me engano, o Felipe é corintiano''
- Sabe quantos jogadores ouviram isso da Fiel? Poucos, muito poucos - comentava um bem animado.
O quase-herói
Fábio Ferreira tinha tudo para ser o herói da tarde em Goiânia. Marcou o gol do empate, mas acabou ofuscado por Felipe, que pegou um pênalti de Paulo Baier. No vôo, Fábio também estava quietinho. Teve que ouvir de um se "foi ele quem marcou o gol". E virou o centro das atenções quando viram o piercing que tem na língua.
- Vampeta, não deixa isso, não - brincava um corintiano.
Logo na frente estava sentado Betão. E toda vez que a aeromoça pedia ordem pelo alto-falante, sobrava para ele:
- Betão, você é o capitão. Dá ordem na casa - comentavam.
Na saída, muitos cumprimentos, abraços. Mas um aviso: a situação não está resolvida. E o Vasco que se cuide...
Fonte: GloboEsporte